Aqui, onde a noite se estabelece
E onde
o silêncio não existe.
Os
olhos tristes caminham pelo horizonte
E
pelas manhãs de dias que não existiram.
Ali,
onde o futuro se criaria diferente
E
onde todos os conflitos se resolveriam.
O
coração soluça, a alma engasga
E o
ar que escorre envenena o corpo.
Nas canções
que ainda fazem lembrar
Ou
nas memórias que recontam as mesmas histórias.
Se o
não hoje se tornasse hoje
A
não existência do hoje seria uma outra dor sem cura.
Por
aqui, onde o raciocínio não conclui
Ou
onde o entendimento não entende
O
errado permanece errado
E é
difícil para a alma prosseguir.
A
mais fina flor para o que ainda não entendo
A
mais linda canção para o que ainda não vivi.
O
grito da minha esperança persegue meus sonhos
E em
todos os lugares meu ser perturba-me.
Chamem
o médico ou me tragam remédios
Ainda
não aprendi a conviver com tudo o que me cerca.
Ainda
não aprendi a compreender as respostas que me faltam
Ainda
não aprendi a ser mais vulnerável do que acreditava ser.
E os
arranhões desta vida, ainda me fazem sobreviver.
BH 03/02/2008