ÉPOCA DE CHUVA


Pingos de chuva explodem na janela do meu quarto
O dia é tão cinzento como naquela época
Mas as flores já desabrocharam no jardim
E Freud aprendeu algumas coisas que Breuer ensinou.

É só mais um dia de chuva. Só mais uma tempestade.
Dizem que aprendemos mais com os dias cinzentos.
Talvez porque paramos para nos ouvir
Talvez porque seja assim mesmo.     

Astronautas invadem Marte
E as ruas estão cheias de mesmice.
Tantos descasos para os mesmos casos
E ainda continuam tentando encontrar água na Lua.

Estou lembrando das mentiras que contei
E das verdades que não acreditei.
Talvez algum dia eu compreenda
Que você era tão importante quanto meu ar.

Nem todos acreditam na dor
Mas todos fantasiam o amor.
E como amar se são tantas satisfações a dar?
Tantos sonhos em papéis de seda.

BH Dezembro/2009