O
tempo não apagou o sentimento que o passado criou
E
Joanna, sentada no banco, lembra as atitudes que o coração não teve.
A
sombra da árvore refresca o calor escaldante de mais uma destas tardes vazias,
Quando
os pensamentos ignoram qualquer raciocínio.
As
poucas pessoas na rua trazem à memória um tempo que não mais existe
E o
Cristo de braços abertos parece acolher a todos... Menos a ela.
Uma
criança sorri, um velho sonha, um pai superprotege
E entre
todas as escolhas a mais errada parece ter sido a preferida.
Não
voltamos no tempo, mas o tempo volta em nós
E o
que era escuro, dissipa-se, após uma conversa.
A
desgraça de sentir a dor de uma não volta por vaidades.
Ninguém
conseguirá medir esta profundidade.
Mas
ele está ali, entre rabiscos de uma época distante
E a
lógica não compreende o que o coração insiste em querer.
A
chance de matar a sede num gole só
Ou
de se embriagar para fazer valer a pena a ressaca.
O
impulso retrai... o corpo sente...
No
pôr do sol não há como deixar de arriscar.
A
droga do desejo invade o sangue
E o
sangue pulsa no descontrole.
A
noite será curta para uma lua cheia
Mãos
e bocas cantarão a canção há tanto tempo perdida.
E a
porta que se abrirá pela manhã
Mostrará
a realidade que nunca desaparecerá.
RM 04/01/2008