SONS REDUNDANTES

Escrevo pra esquecer
Que a dor de ser
É tão estranha e tão medonha,
Tão somente, quanto, entretanto.

Escrevo pra lembrar
Que preciso mesmo de ar.
Um pouco pra descansar
E um tanto pra me superar.

Escrevo pra afastar a morte,
Vivendo entre palavras que me cercam
E que, às vezes, me prendem
Em labirintos pelo caminho.

Escrevo pra cantar
Notas que possam me aliviar
Sem nada falar
Num silêncio difícil de interpretar.

Escrevo pela súplica da alma,
Pela dose roqueira no sangue.
Pra entender que nada existe
Diferente do que antes havia.

Escrevo pra me ouvir,
Tentando entender
Ou talvez perceber
Que todos querem a mesma coisa
Sem saberem o que é.

BH 23/12/2012