Fósseis de bactérias podem ser os mais antigos já encontrados


Uma equipe de cientistas da Austrália e do Reino Unido divulgou, nesta segunda-feira (22), um estudo que revela o que seria a descoberta do que pode ser a forma de vida mais antiga da Terra. Segundo a pesquisa, publicada no diário Nature Geoscience, fósseis microscópicos com mais de 3,4 bilhões de anos de antiguidade foram encontrado no noroeste da Austrália.

A pesquisa, realizada em conjunto entre a Universidade da Austrália Ocidental e a Universidade de Oxford do Reino Unido, foi realizada na região de Strelley Pool, na região de Pilbara. 

Estes fósseis, descobertos em bom estado de conservação entre grãos de areia em uma rocha sedimentar pré-histórica, pertencem a bactérias que precisam de sulfureto para subsistir. "Proporcionamos a primeira evidência de microorganismos que usam sulfureto em seu metabolismo", afirmou o líder da pesquisa, David Wacey, da Universidade da Austrália Ocidental, em declarações citadas pelo Sydney Morning Herald

Os pesquisadores utilizaram técnicas muito sofisticadas para comprovar que estes micróbios sobreviveram graças ao sulfureto neste período da Terra em que o oxigênio era pouco e predominavam as altas temperaturas. "A hipótese de sobreviver à base de sulfureto era uma característica que se pensava existisse em um dos primeiros períodos da Terra, especificamente durante a transição de um mundo não-biológico para um biológico", acrescentou Wacey. 

Já o professor da Universidade de Oxford Martin Brasier expressou que a descoberta dos fósseis confirma que há 3,4 bilhões de anos existiam "bactérias, que viviam sem oxigênio" na Terra. "Podemos estar muito certos da antiguidade (dos fósseis) porque as rochas se formaram entre duas sucessões vulcânicas que reduzem os cálculos sobre a idade para cerca de poucos milhões de anos", explicou Brasier em comunicado citado pela agência local AAP. O pesquisador britânico também destacou que estas bactérias são "comuns hoje em dia" e são encontradas em fontes de águas termais, respiradouros hidrotermais ou outros lugares com pouco oxigênio.

[FONTE: Revista Época]