Machu Picchu faz 100 anos (de redescoberta)

Nesta quinta-feira (7), a cidade inca de Machu Picchu, no Peru, celebra 100 anos de seu descobrimento. De idade mesmo a cidade tem algo em torno dos 600 anos, e é considerada o símbolo mais imponente e importante do Império Inca. Construída com base em complexas noções de astronomia e engenharia, a cidade, que fica a cerca de 2.400 metros de altitude, é casa de vários templos e locais sagrados dos incas, e até hoje continua cheia de mistérios.

Foi em 1911 que o arqueólogo americano Hiram Bingham levou, pela primeira vez, o mundo moderno à região. Ao chegar, descobriu as ruínas do que haveria sido uma possível cidade construída para esconder o imperador inca durante a possibilidade de uma invasão, e encontrou um vilarejo construído com complexos sistemas de irrigação e templos alinhados com os astros do espaço.


Em 1987, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) elevou o local a Patrimônio Mundial, e desde antes Machu Picchu já atraía milhares de turistas por ano – só em 2010, cerca de 800 mil turistas visitaram as ruínas. Para comemorar a ocasião e o sucesso da cidade, o governo peruano organizou uma série de eventos e celebrações oficiais.

Em junho, Machu Picchu esteve próximo de ser incluída na lista dos lugares em perigo da UNESCO. A polêmica sobre o crescimento da popularidade das ruínas e o consequente aumento no número de turistas no local já fez o governo peruano inclusive ameaçar fechar o local por um tempo ou ainda limitar o número de pessoas que poderiam visitar as ruínas por ano. Nada disso foi para a frente, e a cidade continua podendo ser visitada.

Outro dos problemas do sucesso de Machu Picchu é que, segundo a Câmara Nacional de Turismo do Peru, 70% das rendas por turismo no Peru deriva da cidadela inca, mas esse dinheiro não é investido na região. Na semana do centenário, uma comissão de autoridades da província de Urubamba, onde ficam as ruínas, viajou até Lima para reivindicar que o Estado solucione os problemas que a temporada de chuva do ano 2010 deixou na zona, onde várias pontes foram derrubadas e deixaram várias povoações incomunicáveis.

“A população de Urubamba não se beneficia com os ingressos pelas entradas a Machu Picchu, que arrecada quase 300 milhões de sóis (US$ 108 milhões) ao ano e para a zona não há nada”, afirmou o conselheiro por Urubamba no Governo Regional de Cuzco, Marcos Concha.

[FONTE: Revista Época]