Somos um ínfimo no meio de tudo,
Por entre os mundos.
Um átomo perdido que acredita que tudo
É tão grande quanto a sua própria dimensão.
Um sopro raro no cosmos da vida,
Enquanto somamos idades
Que acreditamos serem longas
E são tão curtas que a ausência dói.
O que há além do que compreendo, não sei
E me perco, às vezes, tentando entender
Que a eternidade é tão longa
E a existência é tão curta e estúpida.
Pensamos pouco. Falamos muito.
Guerreamos por líquido e papel.
Valorizamos o que é possível mensurar
E ignoramos a sanidade do amor.
Um infinito singular no universo da vida.
Uma complexidade de sentimentos que não se entendem,
Que pouco convivem e que se explodem
Na materialização de símbolos que ferem.
É cedo para o sol... tarde para a lua.
É cedo para o céu que se esconde nas nuvens.
É cedo para o ano, o dia ou a próxima hora.
É cedo para tudo que é mais cedo que eu.
Energia que grava o tempo,
No breve tempo de estarmos onde estamos.
Riva Moutinho 29/04/2011