CIVILIZAÇÃO


Ando em um mundo deserto
Cercado de coisas que não sei o nome
Pulando obstáculos que se acham comuns
Procurando algo que talvez nem encontre.

Fecho os olhos pra sonhos que não entendo
Em meio a uma realidade caótica.
Ecos de um subconsciente ferido.
A gente colhe frutos que a maldade alheia semeou.

Acelero o carro em estradas que já andei
Entre placas que já decorei os nomes
Em curvas sinuosas que enfeitiçam desejos
E me fazem crer que preciso sempre voltar.

Somos personagens de um mundo pagão
Onde ninguém respeita uns aos outros
Onde ninguém entende o fato de tudo ser assim
E de o quarto ser o melhor abrigo pra tudo isso.

Somos altruístas incapazes de ajudar a alguém.
Somos santos incapazes de perdoar.
Somos livres que nunca conheceram a liberdade
Temos livre-arbítrio, mas nunca decidimos por conta própria.

É tudo estranho e sem sentido
É tudo vago e sem objetivo
Somos comodistas, incapazes de pensar por conta própria.
Mas quem sabe um dia eu encontre outra civilização.

Riva Moutinho 20/06/2010