"Mais calmo", cantor Liam Gallagher retorna ao Brasil com Oasis


FONTE: Folha online

Ele está mais velho (36 anos), casado, com dois filhos e parou de chamar outros músicos para a briga (como fazia com o Blur). Mas Liam Gallagher ainda possui a língua afiada que o fez famoso nos anos 90.

"Não me importo com as opiniões dos críticos nem com as de ninguém. Nós sabemos quando fazemos algo bom ou não", disse o vocalista do Oasis, por telefone, à Folha.

Ainda mais ou menos brigado com o irmão, Noel ("Não nos falamos muito. Apenas o suficiente"), Liam retorna ao Brasil hoje, para show no Citibank Hall, no Rio. A banda segue para São Paulo (9/5, Arena Anhembi), Curitiba (10/5, Arena Expotrade Pinhais) e Porto Alegre (12/5, Gigantinho).

O Oasis passou por países como Argentina e Peru --mas como serão os shows no Brasil, Liam? "Como serão? Serão shows do Oasis. Direto ao ponto, rock and roll na cara."

Com sete discos de estúdio (o último, "Dig Out Your Soul", de 2008), o Oasis já vendeu mais de 50 milhões de cópias. Se hoje não são a "maior banda do mundo", como os irmãos Gallagher proclamavam nos anos 90, ainda guardam quantidade incrível de fãs (o grupo já tem três shows esgotados em Wembley, em julho; está escalado para os festivais V, na Inglaterra, Benicássim, na Espanha, Fuji Rock, no Japão, e Rock en Seine, na França).

"Sei que muita gente não nos acha mais relevantes. Não interessa. Eu acho que continuamos importantes. Sem dúvida somos uma das maiores bandas do mundo", rebate Liam.


"Meu nome é 'modéstia"

Para os críticos, o Oasis teria "voltado à forma" apenas com o último disco. "Não concordo. Nossos álbuns anteriores, como 'Don't Believe the Truth', são muito bons. Não acho que a gente tenha lançado alguma merda durante esses anos. Mas o último disco realmente é ótimo", afirma o vocalista.

Se Liam passou boa parte dos anos 90 brigando com 90% das bandas roqueiras, com o irmão, com a ex-mulher, com fotógrafos e com mafiosos italianos (em um hotel na Alemanha), hoje ele mesmo diz que está "mais calmo".

"Mas ainda continuo o mesmo", ressalva. "Musicalmente não mudamos muito. É claro, somos melhores músicos, melhores vocalistas. Mas, cara, não faz sentido mudar. Adoramos a música que fazíamos, por isso, continuamos fazendo."

Noel Gallagher já admitiu que não possui computador e que nem sabe mexer em um. Já Liam é um pouco mais afeito à tecnologia --comprou um game "Guitar Hero" para o primeiro filho, Lennon. "Tentei brincar uma vez e não consegui mexer naquelas guitarras", admite. "Mas meu filho adora."

Como o irmão, Liam é torcedor fanático do Manchester City, time que tem os brasileiros Robinho e Elano e que é rival do Manchester United.

"Gosto muito de Robinho e Elano. Cara, os brasileiros é que sabem jogar futebol", elogia. Mesmo com o City decepcionando neste ano, Liam está confiante: "Na próxima temporada, o time estará melhor".