SEMPRE MAIS DO MESMO

Foto: David Ligeiro

Quem acompanha nossos meios de comunicação percebe o quanto é difícil encontrar reportagens imparciais que relatam o ocorrido e que separam as opiniões dos fatos. O motivo da raridade é simples: poder. Um meio de comunicação com boa audiência faz políticos, empresários, polícia e toda gama de autoridades tremerem. Observe como uma simples novela dissemina uma nova moda e leva um bando de gente a seguir a “nova tendência” ou como o humor colocado sobre assuntos extremamente importantes os banalizam, ou como uma reportagem tendenciosa cria opiniões como verdades absolutas, ou como a omissão de reportagens blinda pessoas e anulam reações.

Mestres nesta magia estão as Organizações Globo dona de uma dívida gigantesca, que vive de paqueras ardentes com os governos e basta se sentir traída para iniciar um processo de adestramento do povo para que o governo seja “des-popularizado”. Os tentáculos das Organizações Globo estão espalhadas por todos os lados, dominando vários setores: TV Globo, TV a cabo NET, Jornal O Globo, Globo.com, Revista Época e etc. Some-se a ela o Jornal Folha de São Paulo que normalmente acompanha os devaneios dos Marinhos e omite algumas verdades de suas reportagens quando convêm. Não poderia deixar de falar da Revista Veja que vira e mexe mostra suas estranhas tendências como nas primeiras eleições em que Lula se sagrou vencedor, o mesmo foi realizado pela Rede Globo quando Fernando Collor foi eleito presidente.

Estes impérios da comunicação são responsáveis por uma parte do caos que se estabelece no país e como regra básica e simples, para manterem suas credibilidades frente ao povo fingem “bater” no governo, mas para o telespectador, leitor ou ouvinte atento, nota-se que passado alguns dias, os esquemas delatados caem no esquecimento da mídia ou recebem pouca ênfase fazendo com que na mente de muitos brasileiros também caiam no esquecimento.

Ninguém sabe até hoje quem criou o vídeo falso que compara a velocidade de pouso do avião acidentado da TAM com um outro tido como “normal”, no entanto toda a mídia o divulgou amplamente e não vi ninguém reconhecendo a falsidade apesar de estar tão explicitada, além de comprovada pelas primeiras informações extraídas das caixas-pretas. Informações estas que deveriam ser as únicas a serem liberadas para o povo, pois o processo corre em segredo de justiça, no entanto, como sempre, alguma mídia aparece com o baú de moedas de ouro encontrado no fim do arco-íris. Assim “vendem” a idéia da reportagem verdade, pois desta forma há maior credibilidade do que se, a mesma informação, viesse de fontes corretas como a Justiça ou a Polícia.

Nós, brasileiros, nos acostumamos a crer que os furos de reportagens dos nossos meios de comunicação são verdades absolutas, dada a falta de credibilidade do nosso sistema jurídico. Assim sentimos o prazer ao ver esquemas de corrupção revelados e, ao comando do esquecimento produzido pela mídia, demonstramos nossa inércia. O ciclo torna-se vicioso, transformando mentiras em verdades, verdades em meia-verdades e verdades em supostas mentiras.

É sempre mais do mesmo, onde todo tipo de recurso é utilizado para a aquisição ou a manutenção de qualquer forma de poder e onde todo o poder adquirido é usado em benefício próprio na postura terrena de um tipo de dEUs.

Acreditem, o culpado é o mordomo morto.

“E todos vão fingindo viver decentemente, só que não pretendo ser tão decadente não.” (Renato Russo – Tédio com um T Bem Grande pra Você).

BH 30/07/2007