MONASTÉRIO


Qual a sua religião? Não importa. Todos os “ismos” religiosos criam e recriam meios humanos para o ser humano estar mais próximo de Deus. Com todas as práticas existentes o homem se encontra mais próximo de Deus? Ou ainda, o homem entende quem é e o que faz Deus?

Estou a léguas de distância de transformar este texto em algum estudo filosófico, mas gostaria de gerar em sua mente reflexões sobre os vários monastérios religiosos criados pelos “ismos” no homem. Se valeram ou não a pena conclua você. Também estou a léguas de distância da vontade de te convencer de alguma coisa.

O monasticismo é a prática dos objetivos comuns dos homens em prol da prática religiosa. (Antes de continuar pare e pense um pouco olhando bem para dentro do seu “ismo”). Budismo, hinduísmo e catolicismo, por exemplos, levam alguns de seus seguidores a viverem uma vida a margem da sociedade, distante do mundo real, cercado por paredes, com os objetivos comuns de estarem mais próximos de Deus. Nivelando seria a busca pelo Nirvana, ou seja, é quando o espírito se liberta do corpo temporariamente. Assim chegaríamos a um estado espiritual inimaginável e especialmente perto do Criador.

Agora me diga, quantos de nós não estamos cercados por muros, no entanto levantamos um Monastério Virtual através da criação de padrões de santidades que nos levariam a estarem mais próximos de Deus? Você pode não estar enclausurado por paredes de pedra, mas pare pra pensar o quanto sua mente pode estar prisioneira deste estreito lugar que você criou ou que criaram em você através dos “ismos” religiosos.

Pior... é muito pior. O Monastério Virtual da Santidade Individual lapida máscaras personalizadas, almas angustiadas, corações enegrecidos e mentes corrompidas. Duvida? Se tiver coragem, olhe para você mesmo e reflita sem medo de se tornar réu de si próprio. Quantas vezes você apontou as falhas na vida dos outros sem sequer analisar que as suas atrapalham sua convivência familiar, profissional ou pessoal? Quantas vezes você condenou outros por atos libidinosos, mas criou alguns piores em sua própria mente? Quantas vezes condenou gente que se vendeu por dinheiro ou fama ou poder, enquanto que você mesmo já tinha se prostituído por muito menos? No entanto, enquanto seus segredos estiverem retidos nos porões do seu Monastério estará tudo bem e você continuará caminhando acreditando inutilmente que está a cada dia mais perto de Deus.

Eu poderia citar o protestantismo como o sistema mais fácil de encontrar estes Monastérios, mas o que falar dos crimes católicos, ou dos fundamentalistas islâmicos, ou de tantas seitas que surgem progressivamente e que, apesar de não fazerem parte dos “ismos” do mundo destroem com a mesma força o espírito humano.

Não tenho uma receita, mas tenho algo que gostaria de falar: Onde quer que você esteja, seja sempre o que você é. Fingir pra Deus é perda de tempo, pois Ele tudo conhece e isso ocorre desde que você era uma substância no ventre de sua mãe. Destrua seu Monastério e construa a simplicidade do Evangelho exemplificado na pessoa de Jesus.

Talvez você ache que isto seja realmente difícil, mas acredite, ser o que a religião te transformou trás muito mais conseqüências angustiantes para sua alma. Duvida? Então reflita sobre você mesmo.

BH 15/03/2007